|
Posted: 09 Dec 2010 04:16 PM PST A família Piquet venceu na justiça a ação de difamação contra a equipe Renault pelo caso conhecido como "Crashgate", em Cingapura 2008. Os Piquet's processaram a equipe Renault, que na época contava com Briatore no comando, depois que esta os acusou de chantagem. Em um comunicado, a Renault se desculpou publicamente com Piquet, pai e filho "pelo sofrimento e vergonha causados". Além disso, a equipe reconheceu os comentários desafortunados e infundados e reafirmou que cobrirá todos os custos do processo, com uma compensação econômica por danos ocasionados aos dois. Mas apesar de passados mais de dois anos desde o sucedido, como toda boa novela de "amor e ódio", que dessa vez não terminou com final feliz, por mais que se conheça bem a história, sempre existe algo a ser contado que te prende a ela novamente. Nelsinho conta tudo com detalhes Dessa vez, conhecemos a história contada em primeira pessoa, com detalhes, por Nelsinho Piquet, em entrevista ao The Times, frase-a-frase, daquele "infeliz" fim de semana: O cenário da história era este: Alonso tem problemas na classificação, no sábado, e consegue apenas o 15º lugar. Nelsinho Piquet larga logo atrás. "Olha os dois carros estão muito atrás no grid, me disse Symonds", conta Piquet. "Estamos em uma situação que não iremos a nenhuma parte nessa corrida a menos que algo extraordinário aconteça. Briatore estava de acordo". "Fiquei sentado escutando porque não podia entender de que ia aquilo. Os dois estavam muito nervosos e a situação era muito tensa. Não disse uma palavra. Cinco minutos depois, Flávio comentou: "Olha a única maneira de aproveitar essa corrida é conseguir que o SC entre no momento oportuno", explicou. "Fiquei ali sentado, olhando. Os dois me lembraram do que aconteceu na Alemanha quando alguém bateu logo depois de que eu saísse dos boxes e acabei segundo na corrida. " Você quer ajudar a equipe?", me disse Flávio. " Se você bater no momento certo, poderia mudar tudo", seguiu. "Depois de um tempo comecei a ficar nervoso. Estava tentando refazer minha reputação na Fórmula 1 e ele sempre me lembrava que meu destino estava em suas mãos. Fiz de tudo para agradar, mas apenas recebia criticas". Naquele momento, Piquet tinha um contrato para 2009 com uma cláusula que permitia a equipe Renault se "desfazer" dele a qualquer momento, dado seu baixo rendimento. Nelsão foi contra a assinatura desse novo contrato."Quando Flávio pensou que estava deixando ele de lado, ficou louco", disse Piquet. " Me chamou ao seu escritório e começou a gritar: " O que você pensa que está fazendo? Não fez nada este ano. Ninguém , além de nós, te quer". Lembro de ter chorado falando pelo telefone com meu pai a noite antes da classificação de Cingapura. Não podia suportar mais." Com todo esse panorama em frente, Piquet concordou, então, em provocar o acidente que daria a vitória a seu companheiro de equipe, Fernando Alonso. "Pensei que era uma forma de satisfazer-lhe(ao Briatore), de fazer algo de minha parte". Com o acidente já combinado, faltavam os detalhes: "Eles queriam que o Safety-Car saísse na volta 14. Na verdade, me sentia bem por estar fazendo algo para a equipe depois de todas as criticas que recebi. Sequer considerei que fosse uma imoralidade" - comentou Nelsinho. Symonds mostrou a Piquet o mapa do circuito e indicou o melhor lugar para provocar o acidente, já que ali não existe via de escape. "A medida que as voltas passavam, sabia o que iria acontecer, mas era dif´cil acreditar no que eu ia fazer. Eu estava quase mais preocupado por favorecer a equipe que por minha própria segurança. Estava tão assustado que quase não podia respirar. Cheguei a chicane na volta 14 e tinha um nó no estômago. Eu estava muito assustado, era como um sonho. Toquei com a roda traseira no muro e logo pisei o acelerador para bater contra a outra parede. Não senti nenhuma dor pelo impacto, mas a adrenalina estava disparada". O resultado disso na corrida nós já sabemos como foi, e a famosa palmadinha nas costas de Briatore para Piquet, se encontra em inúmeros vídeos do youtube. Mas aí começa o "lado B" da história... Nelsinho foi despedido pela Renault no meio do ano, e decidiu, então, denunciar o caso à FIA: " Se sou honesto, acho que contei mais pela ira acumulada contra o Flávio (Briatore) que pelo desejo de limpar minha consciência" - admitiu Piquet, que denunciou os fatos mais de um ano depois do acontecido. Novamente, chegamos a um ponto da história que já conhecemos: a imunidade "política" para Piquet e as suspensões de Briatore e Symonds para o resto da vida, que ao final ficou reduzido a 3 anos. Apesar de se arrepender do feito, Nelsinho não consegue apagar de sua memória, nem da do resto do mundo, aquele "triste" fim de semana. "Olhando pra trás, parece que se passou uma vida, mas nunca poderei dissipar essa sombra. Peço desculpas pelo que fiz. Só espero que as pessoas entendam as pressões às que estive submetido. Não é uma desculpa, mas eu era uma pessoa profundamente infeliz. Hoje sou um homem mais forte e se me propusessem de novo, tenho certeza que teria forças pra dizer que não". Segundo o advogado da Família Piquet, o pedido de desculpas da Renault e a compensação econômica são apenas o começo de uma longa batalha que a família terá contra a equipe... Olha, pra mim, o Nelsinho até agora não tinha perdão, mas lendo seu depoimento, me deu dó do cara. Imagina como não estaria a cabeça dele, pra, como ele mesmo disse, pensar mais na equipe que nele mesmo?! Parece que ele se sentia uma m*rda e queria agradar o chefe de qualquer jeito. Quem já não se viu nesta situação? Porém, mostrou pro mundo inteiro que o crime, não compensa. Acho que faltou o Nelsão ali do lado... Opinem! |
You are subscribed to email updates from Guard Rail - F1, Fórmula1, Automobilismo To stop receiving these emails, you may unsubscribe now. | Email delivery powered by Google |
Google Inc., 20 West Kinzie, Chicago IL USA 60610 |
Filed under:
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário