Diante do contrato que termina apenas no dia 4 de julho, a participação de Ibson na vitória do Flamengo por 4 a 0 sobre o Internacional, domingo, no Maracanã, pela sétima rodada do Brasileirão, não seria surpreendente . O fato de entrar em campo pela sétima vez com a camisa rubro-negra na competição, no entanto, acaba com qualquer possibilidade de o jogador se transferir para outro clube brasileiro nesta temporada. Nada anormal, se não fosse o interesse do Porto, detentor de seus direitos federativos, em preservá-lo.

De acordo com o vice-presidente de futebol do Flamengo, Kleber Leite, o clube português pressionou o jogador para que não atuasse.

- Apesar das investidas, inclusive do Internacional e do próprio Porto, é preciso registrar a dignidade do Ibson. No mundo de hoje, onde as pessoas pensam muito mais em dinheiro do que no amor a causa, ter uma atitude como a dele é realmente algo digno de nota. Ele foi pressionado para não jogar e jogou.

Cuca fez coro com o dirigente. Segundo o treinador, Ibson não só atuou como foi um dos melhores em campo e deu exemplo.

- Temos que aplaudir o Ibson pela conduta profissional e caráter por amor ao Flamengo. Outros clubes brasileiros estavam em Portugal com proposta para que ele não jogasse a sétima partida, mas ele foi homem, vestiu a camisa, jogou, arrebentou e isso é digno de aplausos. O futebol precisa de pessoas assim.

Faltando apenas duas semanas para o término do contrato do jogador, Kleber Leite revelou que o Flamengo vai intensificar nesta semana as negociações para comprar Ibson, que já aceitou um contrato de quatro anos com o clube. Falta, porém, o acerto com o Porto.

- A partir desta segunda vamos mergulhar fundo neste processo. Ele ter completado o sétimo jogo nos dá uma tranquilidade e mudamos de patamar na discussão desse tema. Temos dois caminhos a trilhar e provavelmente na quarta-feira vamos revelar o esquema que temos para manter o Ibson no Flamengo por mais quatro anos.

globo

O técnico Dorival Júnior e o executivo do futebol do clube, Rodrigo Caetano, conversaram por mais de uma hora com os jogadores cruzmaltinos em um campo anexo do Vasco-Barra. Gesticulando muito, o comandante vascaíno procurou apurar os motivos que levaram o meia Léo Lima a afirmar após o empate em 0 a 0 com o Duque de Caxias, no último sábado, em São Januário, que faltava seriedade em algumas atividades de finalização do time da Colina . O fato foi confirmado pelo zagueiro Titi e pelo lateral-esquerdo Ramon, pegando o treinador de surpresa.

O meia Carlos Alberto preferiu não revelar o teor da conversa. O jogador, porém, fez questão de afirmar que não foi uma bronca, mas sim um bate-papo da comissão técnica com o grupo vascaíno.

- Conversamos internamente. Foi uma coisa nossa. Ele falou de algumas situações que eram para ser conversadas. Se fosse para vocês ficarem sabendo, vocês estariam ali ao nosso lado. Nunca falei e nunca vou falar de um assunto interno do clube - afirmou.

Sentados ao lado do muro do Vasco-Barra, os jogadores ouviram a "dura" do treinador. Até o presidente Roberto Dinamite, que não costuma ir aos treinos com frequência, apareceu no clube. Ele conversou com Rodrigo Caetano durante boa parte da atividade física do elenco.

- É uma situação normal da comissão técnica. Eles reuniram os jogadores e a solução vai sair de dentro do próprio grupo – disse Dinamite.

Em campo, os jogadores fizeram um trabalho comandados pelo preparador físico Celso de Rezende. O grupo realizou a atividade por quase uma hora e meia.

globo

A queda na semifinal do Campeonato Paulista para o Corinthians, a eliminação para o Cruzeiro na Taça Libertadores da América, a demissão do técnico Muricy Ramalho e uma nova derrota para o Timão, dessa vez no Campeonato Brasileiro Embora nos últimos dois anos o São Paulo tenha vivido momentos complicados, esse certamente é o pior. Tanto que a diretoria já imagina uma temporada de vacas magras para o Tricolor.

- É bem possível (que seja um ano sem títulos). Desde que começamos a ganhar tudo, nós viramos referência e aí tem uma hora que as adversidades começam a acontecer – declarou o vice-presidente de futebol do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

O superintendente de futebol do clube do Morumbi, Marco Aurélio Cunha, acha normal o Tricolor entrar num período de seca depois de quatro temporadas de soberania (conquistou Paulista, Libertadores e Mundial em 2005 e os Brasileiros de 2006, 2007 e 2008). Além de considerar o São Paulo com crédito, ele aproveitou para cutucar os adversários.

- Para o torcedor é mais complicado entender um momento como esse, mas para nós é normal. É claro que nessa temporada está mais complicado do que em outras, mas vamos buscar uma vaga na Libertadores. Nosso objetivo é todo ano estar lá. Acontece que tem time que sonha só em estar nela, e nós entramos em crise quando não somos campeões – falou Marco Aurélio Cunha.

O vice-presidente de futebol do Tricolor, Leco, porém, não aceita tão facilmente isso. Ao saber da declaração do companheiro de diretoria, ele rebateu:

- Não tem essa, não. Nós temos de procurar ganhar tudo sempre – finalizou Leco.

Com apenas sete pontos no Campeonato Brasileiro, o São Paulo se encontra na 16ª colocação, apenas uma posição à frente da zona do rebaixamento, ainda bem longe do grupo dos quatro que asseguram vaga na Libertadores do ano que vem.

globo

A imprensa italiana pediu nesta segunda-feira ao técnico Marcello Lippi mudanças para rejuvenescer a seleção, um dia depois da derrota humilhante de 3-0 para o Brasil, que eliminou os atuais campeões mundiais da Copa das Confederações.

"Que fracasso!", decreta La Gazzetta dello Sport. "Teria servido marcar um gol no Brasil para seguir na competição. Sofremos três em oito minutos. A um ano para o Mundial, é preciso refazer tudo", completa na primeira página.

O jornal esportivo, que na sexta-feira chamou de "múmias" os jogadores italianos após a derrota de 1-0 para o Egito, voltou a usar a mesma palavra: "Múmias éramos e múmias continuamos sendo".

"Voltamos para a Itália com um leve consolo: a esperança de que esta lição sirva a Lippi para voltar à África do Sul dentro de um ano com outra equipe", prossegue o jornal, que qualifica de "humilhante" a derrota para o Brasil, que superou a Squadra Azurra em "rapidez, classe e juventude".

Para o jornal La Stampa, "os heróis de Berlim estiveram irreconhecíveis". "Será precido mudar", afirma o jornal, que considerou "surpreendente" o balanço da equipe na Copa das Confederações: "duas derrotas e uma vitória sobre os Estados Unidos, jogando durante uma hora com superioridade numérica".

"Não lembramos de ter recebido uma lição assim desde a final do México (4-1, na Copa de 1970 contra o Brasil), disputada há exatamente 39 anos", destaca o jornal, para quem a Itália cumpriu a missão de "rato" diante do "gato" Brasil.

O Corriere dello Sport decreta "o fim de um ciclo" e o La Repubblica lamenta que Lippi tenha declarado depois da partida que tinha na equipe os melhores jogadores e não pensava em mudanças.

O Corriere della Sera tem como manchete "La Italietta ('A pequena Itália') varrida".

Mais pessimista que as outras publicações, o jornal de Milão afirma que no rosto dos italianos havia "medo" do futebol "alegre e brilhante" dos brasileiros.

"Os jogadores velhos não estão bem e os jovens ainda não chegaram", conclui.

ig

Aos 60 anos, Joel Santana vai viver uma emoção diferente na próxima quinta-feira. Sentado no banco de reservas comandando a África do Sul, ele vai enfrentar pela primeira vez a seleção brasileira. Uma sensação estranha segundo o treinador, mas necessária. A partida será no estádio Ellis Park, em Joannesburgo, pela semifinal da Copa das Confederações.

Joel Santana durante a entrevista: 'Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor'

Joel Santana vai passar pela mesma situação de outros treinadores como Luiz Felipe Scolari, Paulo Autuori e Alexandre Guimarães, que enfrentaram a seleção dirigindo outros países. Apesar dos títulos no futebol brasileiro, o treinador nunca foi cogitado para comandar a seleção. Por isso, demonstra um pouco de decepção. Joel admite que vai se emocionar ao escutar o hino nacional antes da partida.

- Posso falar do fundo do coração? Queria ter tido a oportunidade, pelo menos uma vez por tudo o que eu fiz, de ter a sensação de sentar no banco da seleção brasileira e representar o meu país. O que você acha que passa pela minha cabeça? Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor. Mas eu estou defendendo o meu trabalho agora. Não posso ficar com sentimento. Esse país aqui me acolheu diante de milhões de treinadores que estão se oferecendo para trabalhar aqui - disse Joel Santana em entrevista na recepção do prédio em que mora em Joannesburgo.

Marcação forte em cima do Brasil na quinta-feira

Agência/Reuters

Segundo Joel, Brasil terá que ser marcado

Vivendo na África do Sul desde maio do ano passado, Joel Santana tenta realizar o sonho de disputar uma Copa do Mundo. Aos poucos, ele vai superando a desconfiança dos torcedores. Mas admite que a diferença técnica entre o Brasil e a África do Sul é grande. O desafio é complicado, mas o treinador considera possível superar a seleção.

- Na vida tudo é possível. É claro que é difícil. O Brasil vem com 70%, 80% pronto. O meu time ainda está em formação. E o Brasil sempre aparece com novos talentos como esse rapaz do Cruzeiro (Ramires), um meia muito rápido que chega bem à área. A qualidade técnica é a grande força do Brasil. Preciso ter um sistema forte de marcação no meio-campo para equilibrar a briga. Minha seleção não tem a bola do Brasil, então tenho que segurar - explicou.

A classificação da África do Sul para a semifinal foi dramática. O time perdeu para a Espanha na última rodada e precisava torcer para que o Iraque não vencesse a Nova Zelândia. A partida dos sul-africanos terminou em Bloemfontein e o treinador ficou esperando o apito final no outro duelo. Minutos que pareciam uma eternidade.

- Não sabia o resultado da outra partida. Só aos 35 minutos do segundo tempo que me falaram que estava 0 a 0. Fiquei nervoso. O jogo terminou e soube que faltava um minuto para acabar lá (jogo do Iraque). Mas ele não passava. Que raio de um minuto demorado, rapaz. Eu pensava: 'não é possível, eu não mereço isso'. Quando me deram a notícia eu perguntei: 'é verdade mesmo? Confirma isso aí direito - disse.