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- Jovem jogador da Anapolina é morto a golpes de canivete
- Árbitro cearense que se traveste à noite já apitou mais de cem jogos
- Time do Flu começa a sentir a falta de Conca, que se recupera de cirurgia
Jovem jogador da Anapolina é morto a golpes de canivete Posted: 22 Jan 2011 03:34 AM PST Rafael Silva, jogador da Anapolina, foi moto na noite de quinta-feira a golpes de canivete. De acordo com informações da Rádio CBN, o jogador foi atacado após uma discussão. Segundo a polícia, Rafael estava andando de skate na Vila Esperança, em Anápolis (GO). Ele discutiu com Wesley dos Santos, de 20 anos, que desferiu os golpes e matou o atleta. Rafael foi socorrido e levado para o Hospital de Urgências de Anápolis, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com a polícia local, o agressor já o ameaçava há algum tempo. Wesley foi preso ainda na quinta-feira. Em nota oficial, a Anapolina lamentou o episódio. "A diretoria vem por meio desta anunciar com grande pesar a morte do jogador Rafael Silva, garoto de 18 anos que era chamado pelos amigos e companheiros pelo apelido de Pelezinho. O clube perde um de seus membros mais alegres e promissores, esperamos que a família encontre conforto nas boas lembranças que o rapaz deixou", informou o clube goiano. Rafael foi enterrado nesta sexta-feira no Cemitério Parque. |
Árbitro cearense que se traveste à noite já apitou mais de cem jogos Posted: 22 Jan 2011 03:21 AM PST Eu descobri que era gay aos dez anos. Fui percebendo que não gostava de mulher. Brincava com meninos e sentia interesse por eles. Nunca contei para a minha família. Minha mãe já percebeu, meu pai até hoje é contra. Comecei a me interessar por futebol assistindo aos jogos da Copa de 1994, nos EUA. Eu tinha 15 anos. Entrei no futebol pra ser goleiro. Eu era o terceiro goleiro de um time aqui da minha cidade. Na época, faltou juiz e o meu treinador pediu pra eu apitar. Eu apitei e gostei. Não sabia as regras, aprendi dentro do futebol, na marra. Não sou formado [em arbitragem], mas já marquei o curso com o Dacildo Mourão, um juiz daqui. Ele me chamou. Já apitei mais de cem jogos: campeonatos e amistosos entre times locais. Mas não estou no quadro de árbitros da federação cearense. SEM PRECONCEITO Toda a equipe de árbitro só tem homem, e eu sou o único homossexual. Nunca me envolvi com eles, eles nunca me cantaram, me respeitam como se eu fosse uma mulher mesmo. Porque o que eles sabem fazer eu também sei. Eu bandeiro e tudo. Gosto mais de apitar, mas eu bandeiro quando é feito sorteio. No futebol, eu não sofro preconceito, nunca sofri. Quando eu chego ao campo, as pessoas acham que eu sou mulher. Vêm conversar comigo e perguntam: "E aí, mulher?". Eu digo: "Gente, eu não sou o que vocês estão pensando. Eu ainda não sou mulher. Sou homem". Aí, quando descobrem, ficam passados, caem pra trás, se assustam. Mas nunca fizeram nada que me ofendesse. Pelo contrário, sou um dos mais chamados para apitar os jogos, todo sábado e domingo eu apito uma partida. Eles chamam os héteros de veado, de baitola, mas a mim só chamam de ladrão, dizem que estou roubando. De veado ninguém chama porque todos já me conhecem. LALESKA Meu nome de mulher é Laleska. Quando eu estou de Laleska, gosto de ser chamado assim. Mas só à noite, quando eu saio para baladas. O time do Ferroviário [clube cearense] me reconheceu uma vez. Eu fui pra praça de vestido, de salto, de bolsa. Eles me olharam e falaram: "Olha a juíza!". Só que eles não sabiam que eu era homem. Uma amiga deles conversou [com eles] e contou. Aí eles me chamaram e disseram: "Você me desculpa por eu chamar você de moça no campo". No campo, achavam que eu era mulher. Quando eu falava [durante o jogo], eles estranhavam por causa da voz, mas não descobriram. Se os jogadores acham que sou mulher, são mais educados. Nós conversamos. Eles disseram que me viram de biquíni na praia, mas não acreditavam que eu era homem. Eu falei que me transformava à noite em mulher. Eles gostaram, disseram que era muita coragem minha apitar um jogo profissional. Me deram parabéns. Fiquei feliz. Vou te contar uma coisa que vai te deixar de queixo caído. Você está sentado? Na minha casa somos oito irmãos e quatro homossexuais, dois em forma de homem e dois travestis. 'BICHA-HOMEM' Só metade de nós são "normais" [héteros], como diz o povo daqui. Estou acostumado a não ser aceito. Meu pai disse que vai morrer e não vai aceitar. Não admite o filho ter peito, querer ser mulher. Meus amigos travestis dizem que eu quero ser homem por gostar de futebol. Eles me chamam de "bicha-homem". Dizem: "Olha essa bicha que quer ser homem", "Essa bicha fala de futebol como se fosse homem". Eles não entendem nada de futebol. Eu sou totalmente diferente deles. Eles ficam passados. Tem muito homossexual no futebol, mas são incubados, não se assumem. Eu não. Eu rasguei logo. De que adianta eu viver a vida dos outros? Tenho que viver a minha, não vou mostrar para as pessoas uma coisa que não sou. Se perguntam, assumo. 'O' ERRO, 'O' JOGO O maior erro da minha carreira foi uma falta fora da área que eu marquei pênalti. Logo depois, eu percebi que tinha sido fora, mas não dava para voltar atrás. Os jogadores puxaram meu cabelo. Já levei tapas, empurrão. Meu jogo mais importante foi Ferroviário contra a seleção de Beberibe [no último dia 8]. O Ferroviário joga a primeira divisão daqui. Me chamaram e fiquei empolgado. Encarei da forma que encaro qualquer briga na vida. Quando entrei no jogo, parece que incorporou um espírito na minha pessoa, um espírito de homem. Eu não tenho aqueles trejeitos do [ex-árbitro] Margarida, por exemplo. Faço os gestos todos direitinho, mas, depois que eu saio de campo, ninguém mais me segura. RESUMO Valério Fernandes Gama tem 32 anos e é juiz de futebol desde os 23. Homossexual, à noite vira Laleska. Como travesti, sai para as boates de Beberibe, sua cidade natal, no interior do Ceará. Nunca sofreu preconceito nos gramados. Seus amigos travestis estranham seu interesse por futebol. Dizem que Valério é um gay "que quer ser homem". |
Time do Flu começa a sentir a falta de Conca, que se recupera de cirurgia Posted: 22 Jan 2011 03:09 AM PST Os jogadores do Fluminense se acostumaram a jogar ao lado de Darío Conca, que desfalcou o time na estreia no Carioca contra o Bangu. Em razão de uma artroscopia no joelho esquerdo, o argentino ficará mais um tempo fora do time e não enfrentará o Olaria, domingo, às 19h30 (de Brasília), no Engenhão. Os companheiros já começam a lamentar a ausência do craque. Leandro Euzébio entregou o companheiro Fred, um dos beneficiados com a presença de Conca em campo. Segundo o zagueiro, o meia, cuja pontaria de passes e cruzamentos para os companheiros é perfeita, muito ajudou o time no Campeonato Brasileiro de 2010. Tanto que o argentino foi eleito o craque da competição. "Fred nos diz que Conca não vai mais lançar ou passar as bolas para ele. Acho que nosso capitão é que vai sentir mais a falta dele. Atuar sem Conca será complicado porque ele nos fará muita falta", constatou Leandro Euzébio. Do ano passado para cá, Conca atuou 39 vezes ao lado dos companheiros: foram 38 rodadas pelo Brasileiro e uma contra o Grêmio pela Copa do Brasil. Contra o Bangu foi a primeira vez, depois de 39 partidas, que o craque desfalcou o time. Marquinho, cotado para substituir Souza, que vai cumprir suspensão contra o Olaria, também lamentou a ausência do argentino. "Temos jogadores que podem decidir os jogos, assim como Conca e Deco podem decidir uma partida com uma jogada diferenciada. Estamos acostumados a jogar com o Conca e estar sem ele agora é mais difícil e causa estranheza", afirmou Marquinho. Sem Conca em campo, a camisa 11 do argentino não foi utilizada contra o Bangu na última quinta-feira. O estreante Souza, expulso, vestiu a 7. Marquinho, que o substituirá, não sabe com qual camisa entrará para enfrentar o Olaria. Mas, se for escalado por Muricy Ramalho, não se importa com o número que lhe será dado. "Não tenho preferência alguma. Posso atuar com a 1 ou com a 50. O Deco usa a 20 porque é uma marca dele. Às vezes sobrava a 5 quando o Conca jogava. Sou a favor de a 11 ser usada apenas por Conca, mas se eu precisar emprestada ele não vai se importar, pois somos amigos", encerrou Marquinhos. |
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