Um terremoto atinge o futebol colorado na manhã desta segunda-feira. Paulo Roberto Falcão não é mais técnico do Inter. E todo o departamento de futebol cai com ele. Roberto Siegmann afirmou na manhã desta segunda-feira à reportagem do GLOBOESPORTE.COM que está afastado da vice-presidência de futebol. A decisão, segundo o ex-dirigente, partiu do presidente Giovanni Luigi. Eles tiveram conversa nesta manhã. Poucos minutos depois, o clube confirmou a informação em seu site oficial.

- Tive uma reunião com o presidente. Ele manifestou que não estava satisfeito com o meu trabalho, com o trabalho do Falcão. Eu não esperava, mas tenho que aceitar - disse Siegmann.

A reportagem procurou contato com Luigi e com Falcão, mas eles não atenderam o telefone. O presidente dará entrevista coletiva às 12h para comentar as saídas. Os demais dirigentes do futebol, casos de Cuca Lima e Alexandre Chaves Barcelos, também devem sair.

A mudança geral acontece depois de três derrotas seguidas, para Vasco (2 a 0), Corinthians (1 a 0) e São Paulo (3 a 0). Siegmann sustentava o trabalho de Falcão, mas o rendimento era contestado. O Inter ganhou o Gauchão com Falcão, mas caiu na Libertadores e patinou no Brasileirão. Ao todo, foram 19 jogos, com oito vitórias, quatro empates e sete derrotas.

Falcão vinha pedindo reforços a cada entrevista. E não os recebia. No domingo, foi questionado sobre a possibilidade de a fragilidade do elenco (que ele não via em condições de ganhar o título) pesar sobre seu emprego. Não quis comentar.

- Este é um assunto que não vou falar mais. Falei uma vez e provoquei um terremoto em Porto Alegre. Eu me referia à sequência de jogos, mas não vou falar mais sobre isso - justificou, com bom humor, logo depois da derrota de domingo.
Inter com Falcão:

Inter 1 x 0 Santa Cruz
Inter 2 x 0 Emelec
Juventude 1 x 2 Inter
Peñarol 1 x 1 Inter
Inter 1 x 1 Grêmio
Inter 1 x 2 Peñarol
Inter 2 x 3 Grêmio
Grêmio 2 x 3 Inter
Santos 1 x 1 Inter
Inter 0 x 1 Ceará
América-MG 2 x 4 Inter
Inter 2 x 2 Palmeiras
Coritiba 1 x 1 Inter
Inter 4 x 1 Figueirense
Atlético-MG 0 x 4 Inter
Inter 1 x 0 Atlético-PR
Vasco 2 x 0 Inter
Corinthians 1 x 0 Inter
Inter 0 x 3 São Paulo

Após a mudança de programação, o Flamengo inicia na próxima quarta-feira, contra o Palmeiras, no Pacaembu, a maratona de jogos que pode definir o Campeonato Brasileiro na visão do técnico Vanderlei Luxemburgo. Embalado por quatro vitórias consecutivas, o time terá pela frente 16 partidas (14 pelo Brasileiro e duas pela Sul-Americana) em 51 dias. O temível período de um jogo a cada três dias se apresenta para um clube que garante estar preparado para o desafio.

Logo na primeira semana, o Flamengo fará seguidas viagens. Após o jogo contra o Palmeiras, enfrenta o Ceará, sábado, em Macaé. Depois, encara o Santos, na Vila Belmiro, e retorna para jogar contra o Grêmio, no Engenhão. É só o começo de uma maratona na qual apenas os mais preparados irão seguir no topo da tabela.

"Procuramos diminuir os erros na defesa e auxiliar ao máximo os atacantes. Existe uma melhora do Flamengo nos últimos jogos e será importante manter a batida a partir de agora. As jogadas estão acontecendo. Temos atletas inteligentes na equipe, o que torna a coisa mais natural", afirmou o lateral-esquerdo Junior Cesar.

O preparador físico Antônio Mello programou modificações na planilha de treinamento com o objetivo de prevenir as lesões dos jogadores, comuns em épocas de maratona intensa de jogos. O descanso será fundamental a partir de agora.

"Muda completamente. Começamos a administrar o condicionamento do grupo. Diminuímos a intensidade e damos maior ênfase ao trabalho de musculação para proteger o atleta das lesões. Uma recuperação mais longa para os próximos jogos", comentou.

Para seguir na briga pelo título, o Flamengo vai precisar de um aproveitamento superior aos 70% dos pontos disputados. É essa a conta do técnico Vanderlei Luxemburgo passou aos atletas durante a última semana.

Principais nomes da nova geração do futebol brasileiro, os badalados Ganso, Neymar e Pato falharam na primeira competição oficial que disputaram juntos como titulares da seleção. A eliminação diante do Paraguai nas quartas de final da Copa América (0 a 0 e derrota nos pênaltis por 2 a 0) resulta em uma desconfiança por parte de torcedores e da imprensa.

Apesar da precoce eliminação do Brasil da Copa América, após perder para o Paraguai, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tratou de rapidamente demonstrar seu apoio ao treinador Mano Menezes, antes que a especulação sobre uma possível queda começasse a circular.


O grande problema esteve na falta de pontaria, além do excesso de firulas. No primeiro confronto com o Paraguai (empate por 2 a 2, em 9 de julho), o trio de jovens já respondera por 54,2% dos erros.

Neymar e Pato anotaram dois gols em quatro partidas pelo torneio sul-americano. Porém, abusaram nos erros de finalização. Contra o Paraguai, no último domingo, cada um perdeu cinco gols.

Neymar acertou o alvo apenas uma vez, quando superou o goleiro Villar, mas o zagueiro Alcaraz evitou o gol de carrinho. Nos outros quatro arremates, o camisa 11 mandou para fora.

O santista, apontado como o atleta mais promissor do futebol pentacampeão mundial, exagerou no drible a mais. Na estreia contra a Venezuela, entrou sozinho na área e preferiu dar um drible ao invés de chutar. Contra o Paraguai, ainda na primeira fase, fez a sua pior partida, foi substituído e vaiado. Reagiu na vitória sobre o Equador por 4 a 2, mas voltou a ter uma atuação discreta diante dos paraguaios no mata-mata.

Segundo o Datafolha, Neymar perdeu 11 das 34 bolas que recebeu no último fim de semana. Acertou cinco dribles e errou três dos 27 passes que realizou.

Já Pato deixou a desejar com a camisa 9. O atleta de 21 anos sequer pode reclamar da falta de oportunidades. Contra o Paraguai, parou em Villar duas vezes, cara a cara, e faltou mira em outras três conclusões.

"Não foi como todos esperavam. É doído, o goleiro estava no dia dele, a gente chutava e ele pegava. Fica a lição. Estamos criando uma identidade, mas a sorte não estava do nosso lado", comentou o centroavante do Milan.

Ganso, principal armador do time de Mano Menezes, deixa o torneio sul-americano com três assistências que resultaram em gols de Jadson, Fred e Neymar na primeira fase. O camisa 10 pecou em alguns passes e se escondeu em determinados momentos.

Mano pediu tranquilidade na análise para não sacrificar a nova geração, aposta do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2012 e a Copa do Mundo de 2014.

"Na hora da derrota a tendência é sempre achar que tudo está ruim, e penso que não está tudo ruim. Nós iniciamos a Copa América de um jeito, já evoluímos, já terminamos de outro jeito, porque pudemos trabalhar um período pela primeira vez", comentou o técnico gaúcho.

"Ter maturidade faz parte do futebol em um momento como esse, ainda mais se tratando da renovação que propusemos fazer. São as durezas do futebol, e é preciso saber conviver para não destruir o que construímos e não abrir mão do que precisamos aprimorar", concluiu.