O Internacional fez valer a força de seu estádio, de sua torcida e de seu camisa nove. Com dois gols de Leandro Damião, e outro de Kleber, o colorado bateu o Independiente no estádio Beira-Rio nesta quarta-feira e faturou o bicampeonato da Recopa Sul-Americana. Com o 3 a 1, o colorado mantém a série de conquistar continentais. O time de Dorival Júnior fez dois tempos distintos. No começo, foi arrasador. Depois permitiu aos argentinos uma pressão.

Damião dizima desvantagem

A vontade do Inter, que pressionou desde o apito inicial, a bola na trave de D'Alessandro com quatro minutos. O chute forte de Oscar logo depois. E a segurança da defesa comandada por Bolívar. Nada disso superou a parcela de Leandro Damião para o jogo. Foi o camisa nove, mais uma vez, o destaque.

O centroavante começou a comandar a vitória vermelha aos 19 minutos. Lançado na direita, Damião deixou o experiente Gabriel Milito para trás com extrema facilidade. Invadiu a grande área e chutou com a ponta do pé. De bico, como Ronaldo Fenômeno fez contra a Turquia, na Copa de 2002.

Atordoado com o gol, o time de Avellaneda se encolheu. Leandro Damião se aproveitou. Aos 25 minutos, o atacante dividiu no ar novamente. Mais uma vez contra Milito. Levou a melhor e avançou. De cara com o goleiro Navarro soltou o pé.

O Beira-Rio lotado entrou em êxtase. Os dois gols de Damião, que se juntam aos outros 31 dele no ano, terminavam com a vantagem do Independiente. Consagravam o jovem e mantinham a era de glórias do clube dos últimos anos.

Antes do intervalo, Leandro Damião ainda aprontou mais. Deu um chapéu em Tuzzio, na lateral do campo, e depois fez embaixadinhas com a cabeça. Na saída de campo a vitória ficou em segundo plano. "Ele merece tudo que está tendo", disse D'Alessandro. "Eu tenho que fazer meu papel e ajudar o Inter. Nem que fique sem ar, sem fôlego total", completou o próprio Damião.

Independiente desperta

Só que nem tudo foi calmaria. Na volta do vestiário, o Independiente foi para frente. De cara conseguiu furar a defesa. Maxi Velázquez aproveitou buraco do lado direito, entrou na área e bateu forte para vencer Muriel.

A recuperação dos visitantes continuou. Aos 11 minutos, Perez chutou quase a queima roupa. Muriel defendeu. No rebote a defesa afastou. Mas o colorado não repetia a atuação da primeira etapa. O problema ficou ainda maior aos 22 minutos. D'Alessandro, com problema na coxa esquerda, pediu substituição e deu lugar para Andrezinho.

Dellatorre também foi embora mais cedo, dando lugar para Jô. E o Internacional retomou a tentativa por mais um gol. Nem de longe lembrando o desempenho arrebatador de poucos minutos antes, quando Damião conferiu duas vezes.

Aos 36 minutos, o desejo virou realidade. Jô foi derrubado por Navarro na área. Pênalti. Uma pequena reunião definiu o batedor, já que D'Alessandro não estava mais em campo. Coube ao lateral-esquerdo Kleber cobrar e acertar o canto direito do goleiro.

Com um time praticamente reserva e a entrada providencial de Ronaldinho no segundo tempo, o Flamengo venceu o Atlético-PR por 1 a 0, nesta quarta-feira, na Arena da Baixada, pela Copa Sul-Americana, e quebrou dois incômodos tabus. O gol marcado pelo camisa 10 fez o Rubro-Negro carioca passar de fase na competição internacional pela primeira vez, além de encerrar a escrita de 37 anos sem vitórias na Arena da Baixada.

A repetição do resultado da primeira partida colocou o Flamengo nas oitavas de final. A equipe de Vanderlei Luxemburgo irá enfrentar Nacional (URU) ou Universidad de Chile, que ainda duelam nos dias 13 e 21 de setembro. Antes, o time encara o Vasco, domingo, às 16h, no Engenhão, pelo Campeonato Brasileiro. O Atlético-PR pega o Coritiba, sábado, às 18h, no Couto Pereira.

As duas equipes entraram em campo com muitos reservas e esquemas táticos modificados. Talvez por isso, pouca produtividade ofensiva e muitos passes errados na primeira etapa. No Flamengo, Negueba e Bottinelli se atrapalharam algumas vezes dividindo o mesmo espaço de campo.

Fierro e Galhardo, pouco objetivos, proporcionavam espaços na defesa, que o Atlético-PR procurava aproveitar. Branquinho era o jogador mais perigoso da equipe da casa. Improvisado no ataque, o volante Fransérgio se atrapalhava com os zagueiros do Flamengo.

Com dificuldades na criação das jogadas, os dois times dependiam de falhas individuais ou da chegada ao ataque dos jogadores de meio de campo. Luiz Antonio esteve duas vezes em boa posição para chutes de fora da área, mas desperdiçou as oportunidades. No Atlético-PR, Adaílton e Robston também procuravam chutes de longe.

Na segunda etapa, os dois treinadores resolveram colocar alguns titulares em campo. Aos 14, Ronaldinho entrou no Flamengo para tentar assegurar a classificação carioca. A substituição produziu o efeito esperado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo.

Aos 28, Bottinelli cobrou o escanteio. Renato Abreu desviou na primeira trave e Ronaldinho completou para o gol. O camisa 10 repetiu o desempenho da primeira partida, quando entrou no segundo tempo e também marcou o gol da vitória sobre o Atlético-PR, no Engenhão.

O resultado deu moral ao Flamengo, que deixou o gramado satisfeito com o resultado e já pensando no decisivo confronto contra o rival Vasco, domingo, em um Engenhão lotado.

O São Paulo fez o dever de casa, bateu o Ceará por 3 a 0 no Morumbi e garantiu a classificação para a próxima fase da Copa Sul-Americana. A equipe superou um primeiro tempo muito ruim e contou com noite feliz de Cícero e Lucas para resolver a partida.

Disposto a resolver a classificação rapidamente, o tricolor começou o jogo pressionando a saída de bola para sufocar o Ceará em seu próprio campo. Com Fernandinho, Dagoberto e Lucas bem adiantados, a tática surtiu efeito e nos primeiros minutos os visitantes não conseguiram ter tranquilidade para acalmar a partida. Com a bola nos pés, porém, o time se perdia em meio a tentativas individuais de seus homens de frente.

Bastaram 15 minutos para perceber que a formação mandada a campo pelo técnico Adilson Batista não funcionaria. Sem um articulador no meio e com Lucas desaparecido, o São Paulo não conseguia pôr a bola no chão e armar jogadas de ataque. Casemiro, aparentemente designado para a função, não deu conta do recado e Carlinhos Paraíba errava muitos passes. Resultado: chutões, lançamentos para ninguém e pouca efetividade.

Destaque no duelo contra o Palmeiras, Dagoberto abusou do individualismo e por diversas vezes se atirou no chão na tentativa de cavar faltas perigosas. A lesão de Fernandinho aos 30 minutos deu a oportunidade de Adilson corrigir o erro na escalação e mandar Cícero a campo para dar mais consistência à equipe, que não escapou das vaias no fim da primeira etapa.

A conversa no vestiário deve ter sido quente, porque o São Paulo voltou muito mais ligado na segunda etapa. Logo aos 2minutos Cícero bateu falta perigosa e levantou a torcida. Lucas também veio melhor e começou a se movimentar mais à procura da bola. Mais agressivo, o time passou a efetivamente dominar a partida e atacar com mais objetividade.

Os primeiros gritos por Rivaldo já ecoavam nas arquibancadas quando Carlinhos Paraíba achou Cícero entre os zagueiros na marca do pênalti. O meia matou a bola no peito e tocou no canto para abrir o placar e aliviar o clima de tensão que começava a se formar no Morumbi.

Com o placar adverso que daria a vaga ao rival, Vagner Mancini abriu o Ceará e deu o espaço que os donos da casa tanto procuravam. Em dois contragolpes velozes, Lucas e Dagoberto fizeram o segundo e terceiro para sacramentar a classificação e afastar o vexame de uma eliminação em casa logo na primeira fase. Com o placar favorável, a equipe passou a administrar o resultado.

O São Paulo agora aguarda o vencedor do confronto entre Libertad-PAR e Equidad-COL ou Juan Aurich-PER para saber quem será seu rival na próxima fase. Antes de voltar a pensar na Sul-Americana, a equipe volta as atenções para o Brasileirão, onde enfrenta o Santos, neste domingo, na Vila Belmiro, no último duelo do primeiro turno.

Henrique está de contrato novo com o São Paulo. Depois de reuniões nos últimos três dias entre o diretor de futebol Adalberto Baptista e o empresário do atacante, Giuliano Bertolucci, o jogador selou o acordo na tarde desta quarta-feira.

O antigo vínculo iria até julho de 2013. Agora, foi estendido para até julho de 2016, com cinco anos de duração. Depois de ser campeão mundial com a Seleção Sub-20, Henrique chegou a declarar que estava insatisfeito no time tricolor, poderia buscar outro clube e até ameaçou entrar na Justiça para questionar a validade do contrato em vigência. Procurado pela diretoria, ele mudou de ideia e aceitou seguir no Morumbi.

"Espero nesses cinco anos dar alegria à torcida com muitos gols e títulos. Não faltará dedicação para deixar o torcedor orgulhoso de mim", afirmou o atacante ao site oficial do clube.

Além da prorrogação do vínculo, o atacante também receberá um aumento salarial. Desde 2007, o atleta tinha remuneração de cerca de R$ 10 mil por mês.

Borges comandou a vitória do Santos contra o Fluminense ao marcar os dois gols do time na vitória por 2 a 1, na noite de quarta-feira, na Vila Belmiro, em jogo adiado da 8ª rodada do Campeonato Brasileiro. Desta forma, o camisa 9 santista se tornou o artilheiro isolado da competição, com 12 gols.

O atacante evitou enaltecer o momento pessoal, e sim, destacou o momento vivido pelo Santos. Pela primeira vez na competição, a equipe conseguiu vencer dois jogos seguidos.

"Se existe um momento bom para a gente crescer na competição é esse. Agora é trabalhar para fazer mais gols", disse o goleador.

Borges chegou ao Santos no início de junho, e participou de 15 jogos do time no Brasileiro. O jogador comentou que a maneira como foi recebido no clube contribuiu para o sucesso imediato.

"Estou me dedicando, trabalhando, a maneira como eu fui recebido aqui ajudou muito. Só tenho o que agradecer", comentou.

Graças aos gols de Borges, o Santos se distanciou da zona de rebaixamento. Agora, a equipe está na 14ª colocação, com 21 pontos.